OBRAS
ALEXANDRE FELICIANO
Salvador (BA), 1973 l Vive e trabalha em Salvador (BA), Brasil.
Baiano, bem-humorado, inteligente e irrequieto. Assim é Alexandre Feliciano, que desde os primeiros anos de idade surpreendia a família ao fazer do encontro entre papel e lápis um universo incrível de personagens e histórias. Formado em artes plásticas, na Escola de Bela Artes, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). É artista plástico e serígrafo, realiza pinturas em aquarela, acrílica sobre tela, escultura em relevo.A arte de passar para o papel a mais pura poesia em forma de desenhos sempre esteve presente em toda a vida do artista. Com o passar do tempo, passou também a atuar como professor de artes em algumas das maiores escolas particulares da cidade de Salvador.
Irrequieto, transitou pelos mais diversos estilos utilizando técnicas mistas, como serigrafia e pintura. Realizou exposições, tanto coletiva como individualmente, em espaços como shopping centers, na Bahia Marina, no Aeroporto de Salvador, na Câmara de Vereadores, dentre outros.Criou um livro de poemas visuais para crianças em parceria com um amigo. Assinou o ambiente interno do Restaurante Nank, no bairro do Rio Vermelho. E com a sua arte vem se destacando como um dos mais brilhantes artistas da nova geração na Bahia.
Em um acidente de trabalho deixou cair um pouco de café enquanto pintava uma aquarela e percebeu que, quando o papel absorveu o líquido, formou-se uma cor única e uma textura diferente. Passou a adotar então o café também como instrumento de arte em seus desenhos. No livro de poesia visual para crianças fez o mesmo experimento com chocolate, que deu muito certo e enriqueceu ainda mais a obra.
Em sua arte notamos a presença constante de uma certa disformidade poética com a presença das damas e dos elegantes, como Alexandre costuma chamar seus personagens femininos e masculinos, respectivamente.Outra presença constante nas obras de Alexandre Feliciano são as já famosas lâmpadas, que representam sempre a luz e a esperança da prevalência da poesia sobre a realidade. Os passos de Feliciano conduzem para uma vida mais bonita de se ver, onde sempre será possível encontrar fantasia e delicadeza mesmo nas mais cotidianas paisagens.
ENTREVISTA
Como você entrou para o mundo das Artes?
Desde criança sempre gostei muito de desenhar e pintar. Na Faculdade de Belas Artes, ampliei meus conhecimentos e aprimorei minha técnica. Nesse momento, eu já tinha a certeza de que a arte seria minha parceira de vida.
O que você entende como Artes Plásticas?
É a forma de expor nossos sentimentos e nossa visão do mundo através de uma forma muito particular e individual e, ainda assim, tocar tantas outras pessoas.
Como você define sua Arte?
É uma arte figurativa, bairrista e lúdica, onde exponho a minha visão sobre a cultura baiana e as fantasias do mundo.
Quais são suas maiores referências no mundo das Artes?
Carybé, Pierre Verger, Pablo Picasso, Monet, Tarsila do Amaral.
Quais são os principais temas utilizados em suas obras? E por quê?
Exploro bastante a nossa cultura baiana. É um tema bem rico, com muitas histórias e curiosidades.
Além disso, gosto muito de retratar tanto cenas cotidianas quanto cenas do nosso imaginário, dos sonhos e desejos.
Quais são as principais técnicas utilizadas em seu trabalho? E quais delas você mais gosta de utilizar?
Hoje me dedico muito à aquarela com café. É um processo bem natural onde os tons e os temas têm encontrado uma sintonia perfeita. Mas continuo utilizando acrílica sobre tela, serigrafia e escultura em relevo.
O que você busca passar através de suas obras para o espectador?
Espero que de alguma forma ele se identifique com a obra e seja tocado por ela. Que a obra ressoe em cada um tanto de alegria, harmonia, beleza, simplicidade, reflexão e esperança.
Quais as melhores e maiores experiências em sua carreira artística?
Ser professor de Artes de uma galerinha de 10-15 anos que ferve de agitação me traz uma inquietude, renova minhas energias, me força a pensar fora da caixa e é uma experiência incrível que vivo diariamente. Além disso, pode parecer simplista, mas não existe momento melhor do que presenciar o sorriso e a gratidão de um cliente no momento da entrega de uma obra. É o combustível para seguir adiante.
Em sua obra existe um cunho de protesto além do que se é obviamente visto? Se sim, qual? Se não, há algum tema que desperte a sua vontade de protestar?
Hoje minhas obras não têm cunho de protesto. Mas os temas que poderia explorar seriam sobre a intolerância religiosa e racismo.
Você tem interesse em fazer uma exposição itinerante? Se sim, como você imagina essa exposição? Saberia dizer qual tema gostaria de abordar?
Tenho muita vontade, sim! O tema seria Bahia e a magia da esperança.
Aonde você almeja chegar como Artista Plástico?
Sou muito feliz na arte, mas desejo ser reconhecido e respeitado pelo meu trabalho. De maneira que isso me proporcione independência financeira, para que eu possa realizar o sonho de simplesmente “viver de arte”.