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OBRAS

BIA MELO

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Bia Melo. Recife/PE. 1985


Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFPE, atua como artista visual desde 2012.

 

Participou de diversos projetos culturais e exposições coletivas nacionais e internacionais.

 

Sua expressão artística, que vem se desenvolvendo em diversos coletivos (Atelier 6, Peligro, Gráfica Lenta, Maumau e Risco!), transita por diferentes suportes e técnicas, como colagem, gravura, desenho, pintura e instalações.

 

Eventualmente ministra oficinas e cursos de gravuras em relevo. Ganhou prêmio do edital de Artes Visuais do Recife, em 2014, com o projeto Alinhamento.

 

Atualmente vem explorando o limiar entre figurativo e abstrato através dos movimentos do corpo.

ENTREVISTA

Como você entrou para o mundo das Artes? 
O impulso criativo habita em mim desde que me entendo por gente. Quando adolescente, decidi que iria cursar a graduação em Arquitetura e Urbanismo, mas durante esse caminho, percebi que a minha alegria e meu prazer pousavam sobre o criar despretensioso e que comunicasse algo de dentro. Foi então, que no final da graduação, eu já havia entendido e assumido que iria me dedicar à Arte.

Os primeiros contatos profissionais surgiram em 2011, a partir do encontro com artistas que ocupavam ateliês coletivos, trocando diariamente ideias e experiências.
Em 2012, participei da minha primeira exposição oficial, em dupla com o artista Daniel Araújo, chamada Sobre o Vento e o Espelho, proposta em um edital cultural do estado de Pernambuco. A partir daí, o fluxo de projetos, convites, trabalhos e criações só fez aumentar e seguir seu curso.


O que você entende como Artes Plásticas? 
As artes plásticas são impulsos criativos e nutritivos que podem mexer com os cinco sentidos, atingindo outros patamares de compreensão não físicos. São expressões genuínas que comunicam a relação entre o artista e o meio, valendo-se dos mais diversos materiais e suportes para estabelecer uma troca entre a(o) própria(o) artista e quem contempla sua arte.    


Como você define sua Arte? 
Penso que a minha arte é muito mais definida por quem a vê. Ela é mutável e revela em si o caminho já percorrido. Apesar de não atuar como arquiteta, a abstração espacial está presente na minha forma de ver e traduzir o que vejo. São linhas, planos, vazios, geometrias e organicidade, identificados dentro e fora do meu corpo. A vibração das cores escolhidas também é algo forte, que acontece quase instintivamente, nutrida pela paisagem interna e pela paisagem externa, tropical. Transito entre o abstrato e o figurativo, buscando sempre o que está quase oculto.


Quais são suas maiores referências no mundo das Artes? 
Para citar algumas referências: Georges Seurat, Vincent Van Gogh, Renoir, Monet, Edgar Degas, Henri Matisse, Gustav Klimt, Frank Lloyd Wright, Pablo Picasso, Wassily Kandinsky, Kasimir Malevich, Piet Mondrian, Joan Miró, René Magritte, Alexander Calder, Lina Bo Bardi, Burle Marx, Delfim Amorim, Athos Bulcão.


Quais são os principais temas utilizados em suas obras? E por quê?
Como dito anteriormente, minha expressão está em constante transformação. No início, meus trabalhos eram essencialmente abstratos e geométricos, até mesmo gerando instalações espaciais. Depois, passei a ter mais interesse em buscar a abstração em elementos figurativos. Os corpos e seus movimentos têm tomado conta da minha temática desde 2019. Mas, há algo sempre presente e marcante: as cores, seus contrastes súbitos e os movimentos.

Quais são as principais técnicas utilizadas em seu trabalho? E quais delas você mais gosta de utilizar?
Linoleogravura, colagem, desenho a pastel oleoso, pinturas em aquarela e acrílica. Gosto muito de todas, não há uma favorita. Depende do momento e do tipo de trabalho que quero desenvolver.

 

O que você busca passar através de suas obras para o espectador? 
Busco a beleza, a leveza e a força. Quero mostrar os contrastes, os opostos convivendo em harmonia, de uma forma sutil. Vazios e preenchimentos, cores, silêncios e movimentos. Gosto de provocar o olhar, tirando-o do lugar comum, levando o espectador a se encontrar na própria interpretação e imaginação. Busco o olhar sobre si e sobre o outro, sobre o não dito.


Quais as melhores e maiores experiências em sua carreira artística? 
Participar de projetos culturais que envolveram diversos artistas trocando suas experiências; fazer instalações artísticas em fachadas de instituições; conceber e produzir obras em grandes dimensões; passar o meu conhecimento através de aulas para diversos públicos, principalmente para os mais carentes; dar aula no SESC Pompéia. E receber o reconhecimento pelo meu trabalho, tanto através de recursos financeiros, quanto de depoimentos emocionados a partir de experiências com as minhas obras.


Em sua obra existe um cunho de protesto além do que se é obviamente visto? Se sim, qual? Se não, há algum tema que desperte a sua vontade de protestar?
Minhas obras reivindicam a simplicidade das formas e o poder de abstração do ser humano; reivindicam o silêncio e o encontro com a própria subjetividade.
Os temas que mais tenho tido vontade de explorar são: “a força da energia feminina” e “viver o tempo”.


Você tem interesse em fazer uma exposição itinerante? Se sim, como você imagina essa exposição? Saberia dizer qual tema gostaria de abordar? 
Sim! Imagino em locais públicos. Talvez praças, parques, largos.
Gostaria de abordar sobre o tempo (considerando desenvolver novos trabalhos com essa temática); ou sobre corpos em relação a outros/coisas/lugares.


Aonde você almeja chegar como Artista Plástico? 
Viajar o mundo com e através do meu trabalho para tocar muitos corações e as almas das pessoas.

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